quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Orgulho x Amor

_ Quanto vale um abraço meu ?
_Eu não sei. Porque ?
_Porque ?? Porque eu dúvido desse teu amor por mim.
_Não dúvide!
_Mas eu tenho motivos pra dúvidar. Eu consigo ver nos teus olhos que o teu orgulho fala mais alto que o teu amor. Se é que tu já amou...
_É...eu nunca amei.
_Então você não me ama ? E tudo que passamos juntos ? Foi tudo em vão ?
_Não. Eu não sei exatamente. Com você foi diferente...
_Eu não queria algo diferente. Eu só queria que tu me amasse, assim como eu te amo.
_Eu não sei o que eu sentindo.
_Você me ama ?
_Não sei !! Eu não sei mais o que eu sinto por ti. Nós mudamos tanto, estamos tão diferente ultimamente...
_Você está diferente! O que eu sentia por ti não mudou. Eu continuo te amando. Mas e você ? garanto que não seria capaz de trocar toda riqueza do mundo por mim. Não é mesmo ?
_É...eu não seria.
_Então é melhor essa ilusão acabar.
_Tu vai me deixar ?
_Não! Tu me deixou quando falou que não sabia o que sentia por mim.
_Eu te amo...acredita em mim !!
_Eu acreditei em você. Agora é tarde demais...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A nova primavera.

Era por volta das cinco horas, enquanto eu andava por aquela calçada vazia. Fazia um frio agradável e havia algumas crianças brincando no quintal de uma velha casa e ao lado, sentada na varanda, havia uma mulher de cabelos grisalhos lendo um livro calmamente. Ela estava feliz e aquilo me fez bem. Continuei  andando e observando tudo em minha volta. Havia no chão, muitas flores amareladas, dos grandes ipes que enfeitavam aquela rua. Eram tão amarelas que causava dores nos olhos...mas eram lindas e me fazia lembrar de velhas primaveras. O cheiro que levantava, deixava o ar mais nostálgico e por um segundo esqueci o porque estava ali, eu só conseguia pensar no meu passado e nas coisas que vivi, mas por um barulho ensurdecedor de um automóvel, eu acordei e lembrei que eu estava indo encontrar velhos amigos, em velhos lugares, naquela velha cidade monótona. Aquilo me fez abrir um sorriso no rosto. Continuei seguindo em frente...Eu sabia que eu não iria encontrar só aquela primavera nostálgica, mas sim as quatro estações, os doze mesês...Todos juntos!
Ded: A senhora nostálgia e aos Four Seasons!

Tableau!


Mário Quintana

Nunca se deve deixar um defunto sozinho. Ou, se o fizermos, é recomendável tossir discretamente antes de entrar na sala denovo. Uma noite em que eu estava a sós com uma dessas descontentes criaturas, acabei aborrecendo-me (pudera!) e fui beber qualquer coisa no bar mais próximo. Pois nem queria saber...Quando voltei, quando entrei inopinadamente na sala, estava ele sentando no caixão, comendo sofregamente uma das quatro velas que o ladeavam! E só Deus sabe o constrangimento em que nos vimos os dois, os nossos míseros gestos de desculpa e os sorrisos amarelos que trocamos...


sábado, 18 de setembro de 2010

Como dizia Paulo Mendes:

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Inverno, café e tédio.

Eu cansei de falar de amores, cansei de falar e ninguém ouvir. Cansei de tentar falar o que as pessoas não enxergam, cansei de ser um simples bonequinho onde as pessoas me manipulam como se conseguissem algo em troca. Eu sinceramente cansei dessa juventude clichê, cansei ser aquilo que eu realmente não sou, cansei de ser tratada como uma estranha, uma adolescente anti-social. Se essas pessoas abrissem os olhos poderam enxergar que tudo isso é contrário, elas não sabem viver como se tem que viver. Mas talvez eu estivesse cansada mesmo de sair no meio da noite de um congelante e aconchegante inverno à procura de alguém que possa entender tudo isso, entender que mesmo se você estiver a certeza que cansou de procurar aquilo que não existe, continuará procurando...Isso é clichê, monótono e cansativo. Mas eu estou aqui, no conforto do meu lar, em frente ao computador, com uma xícara de café quente...Cansada, cansada de viver sempre os mesmos dias.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

''Esqueci de falar...''

São exatamente nove horas da manhã. A minha vontade é de ficar nessa cama descansando, abraçar o travesseiro e falar tudo o que eu sinto, talvez ele possa me entender. Essa cama é mais confortável que qualquer outro lugar e a única coisa que pode me deixar mais feliz é uma simples e imensa xícara de café. Esses poucos minutos de conforto são onde eu posso relaxar e esquecer um pouco lá fora, esquecer do que pensam sobre mim, do que falam, do que eu preciso fazer agora e não estou fazendo por está simplesmente em um lugar confortável, esse é o único lugar melhor pra ficar já que você não está aqui perto de mim. Mas eu vou ficar aqui, deitada esperando essa minha vontade de esquecer tudo passar. Enquanto isso vou ficar aqui, deitada na minha cama, assistindo televisão... Eu acabei esquecendo tudo e o café esfriou...

''Essas pessoas...''

  As pessoas são obrigadas a seguir regras, regras que elas mesmas a criam. Elas precisam usar roupas de marca, elas só vão para festas pra ''dá uns pegas'', elas não ligam para o amor, não ligam para as coisas simples da vida, elas nunca andaram descalças por ai, nunca colocaram a roupa que estava na sua frente e mesmo assim se sentiu bem, elas nunca se acordam, se olharam no espelho e falaram para si mesmos que o cabelo estava bom assim, essas pessoas nunca tomaram um banho de chuva, porque tem medo de ficarem doentes, essas pessoas nunca tiveram um amor de verdade. Essas pessoas são incapazes de pensar que lá fora existem outras pessoas com dificuldade, e mesmo assim essas pessoas insistem em ser melhores que as outras. Eu, com pouca expêriencia vivida, tenho moral para falar que essas pessoas, sejam elas adolescentes, jovens, adultos, idosos, são tão imaturos, que eles realmente não tem a miníma noção de como a vida é.